Sabe, meu parceiro, esse é o fim do mundo E antes que se acabe, vou pisando fundo A chuva cai lá fora, vai lavando tudo Lendo as notícias vindas do futuro A vida é um cigarro solto E sempre alguém passa pedindo quando eu tô no ponto Precisamos de terra, não dum jogo novo Correntes de oração ou correntes de ouro Se pular no meu bloco, não tem saída É um labirinto com fundo infinito Escadas de ponta cabeça de baixo pra cima Pra sair ileso, leia um livro Se a história que contaram foi mentira, eu não ligo Meu opala 6 canecos na avenida é perigo Então apertem os cintos Se a liberdadе é vendida por quilo, eu quero cinco mil Alguns diriam que o segredo está em sobreviver E se adaptar Outros, que está em amar, criar Criar e deixar algo pro mundo Vai vendo Estava tranquilo, tranquilo еu estava No pote aquela frase: Nada me abala Junto palavras, sílabas no final das frases De um jeito que no BPM clave Swing da base nave espanta os covarde, invade Destrinchando um novo terreno Música boa é reciclável sample Durável igual a polipropileno, plástico Muros que pulei, rabisquei, colori, meti marcha Ainda sinto o mesmo apreço por coisas tão simples Tem quem acha muitas camadas; eu, muitas calçadas O mundo é ruim demais, e eu tô tentando viver Mais um amanhecer na laje Na vila, aliado Aproveitar que o por sol não é cobrado Mais um amanhecer na laje Na vila, aliado Aproveitar que o por sol não é cobrado Há quem veja o segredo na busca de equilíbrio interno Seja pela espiritualidade, pela arte ou pelo simples prazer de viver Minhas memórias escavo Não me esquivo, então escrevo Teço a imagem de um homem no templo Escrevendo cartas que bordam o tempo Traços pincelo, tinta cintila Salta da tela um moribundo E ele me entrega uma caixa pequena Que tem a vacina pros males do mundo Abro a caixa e a luz me envolve E minha dose vem por osmose O meu corpo se dissolve E naturalmente feito um rio ele corre Vejo a mensagem, outra linguagem Sonhos emergem, salto pra margem Volto às origens feito criança À sua imagem e semelhança