Que me perdoe, mas não creio em puritanos Se cá estamos, Deus tem lá suas razões Eu me comporto entre o céu e entre o inferno Mesmo ciente de ser um espírito eterno Somando ímpios, nem sou santo e nem diabo E meus pecados são normais em qualquer um Frequento igrejas, leio a Bíblia no domingo Logo a seguir, com meu jeito bem comum Vou ao estádio pra xingar algum juiz Depois do jogo, eu tomo um banho perfumado Vou ser amado por alguma meretriz Sou pecador, e não tento me enganar Pois na verdade eu nunca tive religião Respeito todas, sejam lá o que elas forem O que eu sou é boêmio por vocação A minha escola foi a escola do mundo Vivendo farsas, verdades cruas e nuas Vendo idiotas apedrejados nas ruas E vendo a glória de diversos vagabundos Por tudo isso eu vou gozar meu livre arbítrio Da melhor maneira que eu bem entender Certo ou errado, descubro depois da morte Se reprovar, quem sabe eu volte com mais sorte Tenho certeza, vivo a ciclo de mistérios Onde há segredos que ninguém deve saber E quem sou eu pra tratar de temas tão sérios Sou pecador, e não tento me enganar Pois na verdade eu nunca tive religião Respeito todas, sejam lá o que elas forem O que eu sou é boêmio por vocação