Saudade que não acaba mais Saudade do tempo que ficou pra trás Saudade daqueles dias de outrora Quando a vida era normal Saudade das matas virgens floridas Que saudades do cafezal Saudade de montar o gaúcho E fechar o gado no curral Saudade não me leve a mal Saudade do velho de carro de boi Que tantas vezes cantou gemido Saudade do boi de guia Pavão Que tanto arrastou o cambão Saudade do carpinteiro Tacílio Fazendo os canzis a facão Saudade, não me mate não Saudade da cadelinha Grutinha Saudade do meu cão guarani Saudade de ouvir o Bem te vi Que cantava no abacateiro Saudade de ter as pombas de bando Fazendo revoar e assentando Que saudade das juritis Saudade da velha bica de água Que acelerava a mão de pilão Saudade também de ouvir as piadas Contadas sempre lá no galpão Saudade da velha mula rancheira A mais teimosa companheira Saudade de tudo que é sertão Saudade de tudo que é sertão Saudade de tudo que é sertão