Um velho doido varrido Monta de égua tordilha Junto com o inverno aparece Nas planuras e coxilhas E quem ouviu não se esquece Bate com relho comprido De ninguém se compadece Se diverte com os gemidos As vezes no lusco-fusco Das madrugadas campeiras Dizem que rengueia cusco Com a ponta da açoiteira Surge no meio do ano Aquele que de debochado Chamam de louco minuano Por isso tenham cuidado Agasalhem bem as velhas Que zelam meninas belas Vedem fendas e frestas Usem saias de flanela Se o loco sair da toca Tranquem portas e janelas Rodem as rodas das rocas Que fiem lãs as donzelas Avivem bem o braseiro Juntem galhos do chão Animem-se atrás do fogueiro Nas manhãs de chimarrão E o velho doido varrido Pode descer da coxilha Brandindo relho comprido Montado em égua tordilha