Num tranco campeiro bem à moda antiga Floreando cantigas de alma judiada Eu trago essa sina de andar gauderiando Por viver cantando não tenho morada Tocando em bailantas na noite campeira Floreio e vaneira num jeitão largado Pois o meu destino é de ser cantador Na querência flor onde eu fui criado Floreando a cordeona num verso me acampo Sou a voz do campo quando a alma canta Sistema gaúcho que tem por ofício Esse xucro vício de animar bailantas Cruzando caminhos encurto distâncias Galopeando as âncias da sina estradeira A vida no campo moldurou minha raça Herança machaça gaúcha bandeira Nesses horizontes vou de pago em pago O canto que trago ao mundo ofereço Canto a liberdade num viver teatino E no meu destino ninguém bota preço