Era um padre muito amado Por todos os seus fiéis Morava numa capela Lá no alto da chapada Bem perto da grande serra Certo dia, uma senhora Que odiava esse vigário Preparou um grande bolo Misturando nele um veneno Que, se tomado, era fatal E levou lá para a igreja O padre estava rezando Ela entrou muito quieta Disse ao padre: Venho em paz Trouxe esse bolo de presente O vigário respondeu Deus lhe pague, minha irmã Guardou o bolo envenenado E despediu-se dela Com uma bênção de suas mãos Quando chegou um mendigo Implorando por comida O padre deu-lhe o bolo Que ganhou da tal senhora Como gesto de caridade A mulher, ao ver a cena Sentiu o sangue gelar Reconheceu o mendigo Era seu filho perdido Que há muito não via mais Desesperada, correu E ao padre confessou Este bolo está envenenado Era para matar o senhor Perdoe-me por esse ato O padre, com voz serena Olhou firme para a mulher Disse: Deus é testemunha Que o perdão é nosso lema Vai em paz e arrependa-se