Eu sou do tempo da porva barata Fio de bigode maior decumento Curingada por uma fresta da varanda Pra outra safra dava dado o casamento Varria esterco de vaca fresquinho No soaio batido da cozinha de chão A leitoada engordava por conta Roçando o broto e comendo pinhão Esse era o tempo da porva barata Varavam a noite contando anedotas Mateando ao redor do fogão Comendo pinhão e esquentando as batatas O tropeiro na lida sargava o charque Com a espuma do baixeiro do animal Quando chegava muié tirava as botas Lavava os pé numa gamela de água e sal A parteira solita não enjeitava empreitada Torava imbigo de qualquer vivente A peonada nem conhecia doutor Chá e benzedura pra curar qualquer doente Esse era o tempo da porva barata Varavam a noite contando anedotas Mateando ao redor do fogão Comendo pinhão e esquentando as batatas Tempo que eu acendia o facho de tabuinha Clareava o passo pra surpresa do polaco Se alisava gloscora nas melenas Sabão de soda era o prefume pro sovaco O fandango de gaita violão e pandeiro Esquentava com a coceira da pimenta De madrugada Tio Mané com seu balaio Carma a peleia pra afiar as ferramentas Esse era o tempo da porva barata Varavam a noite contando anedotas Mateando ao redor do fogão Comendo pinhão e esquentando as batatas Tempo de dá louvado para os mais velhos Se ia bem cedo pra lida de galpão No descanso espremia berne a unha Sanhava vassoura e de le mangua no feijão Faziam novena serenata nas casa Carneava porco reparti com a vizinhança O quero quero anunciava visita O cusco amigo era o parceiro nas andança Esse era o tempo da porva barata Varavam a noite contando anedotas Mateando ao redor do fogão Comendo pinhão e esquentando as batatas