Quando um aceno de mão Indica uma partida A alma sofre por dentro Como o abrir de uma ferida Os olhos marejam por dentro A dor tangida do adeus E pede ao céu baixinho Toda a proteção de Deus Quando o aceno do adeus É para um filho que parte O coração de quem fica É o que mais se reparte A dura ausência, pesada Que vai pela estrada afora É o retrato da dor De quem fica agora e chora Não existe uma partida Sem haver voz embargada Pois se sabe que alvoradas Não virão do mesmo jeito E o sentimento arrebenta Perguntando pra razão Por que é que a solidão Veio morar em meu peito? Quando a distância aumentada É da sua terra amada Brota um vazio interior Dá aquelas duras apertadas E se o gesto do adeus É de um amor que se foi O aceno finge ser um Mas sempre será por dois Não tem como ir embora Sem imaginar a volta O destino se revolta Soluçando sua metade Quem sai marcando caminhos Sem deixar de olhar pra trás Sabe que sua própria paz Virá pra matar saudade!