A noite se finda, me acordo escutando O vento guasqueando nas tábuas do rancho O dia me encontra de zoio pequeno E num mate bueno a preguiça eu desmancho Com Sol ou geada, com chuva ou garoa Qualquer tempo à toa que vem lá de cima Quando o galo canta, eu pulo da cama Se a lida me chama, não importa o clima A vida não para porque o tempo muda E o céu ajuda quem firme se aguenta Quem não é patrão trabalha sem bronca Pois lá a pança ronca com Sol ou tormenta Que venha o destino que a vida me deu Porque não nasceu quem viva de brisa O peão só desenha um tempo melhor Deixando suor no chão onde pisa No mundo campeiro, um dia após outro A sina do potro é ser cabestreado O peão também nasce com a mesma sina Pra nessa rotina viver embretado Quem sabe da lida conhece o caminho Não baixa o focinho se o tempo tá feio Pros tombos da vida não frouxa um tento De choro e lamento refuga o arreio