Na vida de domador Encontrei muito caborteiro Cheio de espinho no lombo Que nem ouriço-cacheiro Igual este zaino mocho Manoteador e coiceiro Igual este zaino mocho Manoteador e coiceiro Crioulo dos cinco salsos Lá do fundão de Bagé Se criou pelos banhados Arisco igual caburé Pulando cerca de pedra E deixando a indiada de a pé Pulando cerca de pedra E deixando a indiada de a pé Esta vida meu irmão Tem muitos encantamentos Enquanto o zaino veiaqueava Tirei mato carrasquento Eu escutava uma milonga Bordoneada pelo vento Larguei no mas este guacho Que tá com lombo que é um cerro E hoje eu te desengano E talvez te pague o enterro Tenho sangue de bugio mestre Sou metido à Martin Fierro Tenho sangue de bugio mestre Sou metido à Martin Fierro Deram um tapa no focinho E foi aquele sarandeio Abri o peito com gana Como quem para rodeio E o maula saiu sem rumo Que nem cego em tiroteio E o maula saiu sem rumo Que nem cego em tiroteio Esta vida meu irmão Tem muitos encantamentos Enquanto o zaino veiaqueava Tirei mato carrasquento Eu escutava uma milonga Bordoneada pelo vento Quase na entrada do mato Por Deus até me comovo Larguei meu mango cabeçudo Nas orelhas sem retovo Sai correndo lá na frente E quando ele quis levantar Eu tava montado de novo Minha metade centauro Agora é este zaino mocho Que eu tirei pra meu irmão E hoje vive sem arrocho Eu mateio no galpão Ele quebra milho no cocho Eu mateio no galpão Ele quebra milho no cocho Esta vida meu irmão Tem muitos encantamentos Enquanto o zaino veiaqueava Tirei mato carrasquento Eu escutava uma milonga Bordoneada pelo vento