Me cansei de patacoadas E fandango sem rodeios Já ri de falsos campeiros Que montão potro com freio Chega de brutalidade De rasgar cavalo ao meio Porque cavalo e gaúcho Desta pátria são esteio Quem sou eu sem meu cavalo? O que será dele sem mim? Talvez dois seres perdidos A vagar pelo capim Quem sou eu sem meu cavalo? O que será dele sem mim? Pois quando morre um cavalo Morre um pedaço de mim Nunca se monta num potro Sem antes amanunciá-lo Parceiro a gente conquista Não prende a força de piago Tem que respeitar o amigo Que nos serve de regalo Até nossa independência Foi feita sobre o cavalo Um gaúcho sem cavalo É um arreio sem estribo É igual a um pajé solito Sentindo a falta da tribo É mutante sem destino Que não acha lenitivo É um ser sem ideal Que não honra o chão nativo Quem sou eu sem meu cavalo? O que será dele sem mim? Talvez dois seres perdidos A vagar pelo capim Quem sou eu sem meu cavalo? O que será dele sem mim? Pois quando morre um cavalo Morre um pedaço de mim Quem sou eu sem meu cavalo? O que será dele sem mim? Talvez dois seres perdidos A vagar pelo capim Quem sou eu sem meu cavalo? O que será dele sem mim? Pois quando morre um cavalo Morre um pedaço de mim