Primeiro mate espumando jujado a casca de móleo E a labareda brincando prendendo a tensão dos olhos Um pito recém fechado, madruga do meu jeito Fumaceando figuerilha pra espantar males do peito Caiu mais uma geada mas a lida nunca para E o pelo todo arrepiado do Colorado Malacara Embuçalo tá na hora que o galo cantou bem cedo Não escolhemos serviço que disso não temo medo Pra geada pala de lã Pra chuva poncho e chapéu Se tem que fazer eu faço Que Plata não cai do céu É tempo de parição E a lida me dá motivo De topar as Invernias De pé calçado o no estribo A geada branqueia o campo e madura as bergamotas A lida cobra seu preço Mas levamos a bico de bota O pasto virado em gelo Os dedos não mais se sente O frio congela a campanha e corta a alma da gente Me resta a figuerilha pra as quietudes do galpão Tocar um tanto de lida e não frouxar o garrão Sou feito lenha de mato cascudo grosso de cerno Forjado pelo serviço nesses rigores do inverno