Eu quisera ser um simples passarinho Pra voar de pressa e te visitar Na tua janela fazer o meu ninho Cantar na alvorada pra te despertar Eu quisera ser o teu pranto que chora Rolar no teu rosto e morrer no teu seio Com essa aventura, muito curta embora Recompensaria o meu devaneio Eu quisera ser o teu branco lencinho Que passas na boca tirando o carmim E junto aos teus lábios suplicar baixinho Pedindo que nunca se esqueças de mim Eu quisera ser o clarão do luar Que entra nas frestas da tua janela E junto ao teu leito poder te abraçar Dizer que te amo querida donzela Eu quisera ser as águas do rio Que lavam suas com tanto carinho Que quando é calor te faz sentir frio Molhando com graça o teu lindo corpinho Eu quisera ser tua alma, ó querida Pertencer a ti e tu me pertencer E unidos num laço de amor e de vida Vivermos juntinhos e juntinhos morrer