Trabalhando, trabalhando não viu a vida passar O suor que regou a terra nem sementes viu brotar Trabalhando, esperando enfrentando chuva e sol Enxada na terra alheia nunca traz dia melhor Assim a geada dos anos foi lhe branqueando a melena E este homem rural, hoje é peão de suas penas E este homem rural, hoje é peão de suas penas E quando as ervas campeiras, já não me curam as feridas Perdido na capital, na esperança de mais vida Chegou, ficou e esperou por uma mão estendida Por que o deixam tão só, por que lhe negam guarida Por que o deixam tão só, por que lhe negam guarida De que vale tanta ciência para o pobre agricultor Quando a própria previdência, o esqueceu num corredor Quando a própria previdência, o esqueceu num corredor Esperando, esperando enfrentando chuva e sol Enxada na terra alheia nunca traz dia melhor Esperando, esperando por uma mão estendida Por que lhe deixam tão só porque lhe negam guarida Por que lhe deixam tão só porque lhe negam guarida