Numa fazenda de escravos, Pai Chico A sinhá moça agradou Sinhô moço vendo o agrado Enciumado ficou De tardezinha cansado do eito Quando Pai Chico voltou Sinhô moço dando risada Lá da sacada gritou Pegue esse negro atrevido E ponha na roda e faça virar Tampe com o dedo, o ouvido Pra ninguém ouvir esse negro gritar Deixe que vire, que bata Não quero que mande ninguém parar Eu quero ver satisfeito Esse corpo sem jeito, sem vida rolar Ai, ai, não posso agüentar senhor Ai, ai, sinhô vai me matar de dor Ai, ai Pai Chico foi quem vos criou Ai, ai, morrendo pouco a pouco estou Quando amanheceu, Pai Chico morreu Quando bateu meia-noite Do dia seguinte a fazenda alarmou Todo mundo levantou E ajoelhado então rezou Foi Pai Chico que voltou E a sinhá moça carregou