Gotas de chuva diluem o giz Molham palavras que já esqueci Lavam os muros do nosso quintal Sopram ao vento o lençol do varal Sinta como é o amor Vem desabrochando flor Solo das cordas pro barco zarpar Soam em trêmulo livres no ar Dança nas ondas tenciona o metal Brincando em voos rasantes no caos Sinta como é o amor Vem desabrochando flor Vou lá, vem cá Melhor que há Vou lá, vem cá Melhor que há Jatos de tinta colorem as mãos Gravam imagens nos corpos sãos Despem-se lúdicos no fundo azul Vêm deslizando nas águas tão nus Sinta como é o amor Vem desabrochando flor Olhos cansados o passo, refaz Gestos libertos como os animais Lembra do abraço na estátua de sal Soltando as fibras do nervo vital Sinta como é o amor Vem desabrochando flor Vou lá, vem cá Melhor não há Vou lá, vem cá Melhor não há Asas alongam decolam canções Na voz do jovem pai do ancião Prímulas plantam raízes no chão Crescem contínuas no além da razão