Quanta fumaça desperdiçada parceiro Quantas lembranças de tropeços e pialos O ser humano seria bem diferente Olhando a vida com os olhos dos cavalos Os seus desejos não teriam mais sentido Os poderosos desceriam de seus tronos Pastando livre na plenitude do campo Reconhecendo Deus como seu próprio dono A rebeldia era domada num instante Sobre o barbante no aperto da barrigueira Nem os mais loucos são maiores que a maneia Se entregariam antes de abrir a porteira Mesmo humanos somos os mesmos cavalos Que pelos séculos vem sendo aprisionados Muitos não sabem mais no fundo ainda temos Que prestar contas com quem fez o planetário Tangendo a regra numa receita gaúcha Nesta rebusca de ver o mundo por diante Bem lá no fundo a resposta no concentrar Sempre a matear com o pensamento distante Se nesta tropa sou só mais um dos cavalos Que relutou e sentiu o peso das púa Como instrumento de uma mensagem charrua Verdade nua Tupã mandou entregá-lo Sobre a fumaça que se enxerga mais profundo Lá onde os olhos não alcançam por vaidade A humanidade vai ficando distorcida Nesta corrida sem partida e sem chegada Nunca te esqueça que no fundo assim por certo O objeto nunca se faz necessário Quando o cenário fica grande o bem opera Nesta esfera de patrão e operário Não tenha medo e segue com a mesma força De um cuiúdo puro sangue alucinado Mas não te esqueça que a velhice um dia chega Nos obrigando a procurar nosso banhado Mas nem a morte findará tua existência Se a paciência for maior até o fim Quem crer em mim quando descer ao chão gelado De volta a capim para de novo ser pastado Se nesta tropa sou só mais um dos cavalos Que relutou e sentiu o peso das púa Como instrumento de uma mensagem charrua Verdade nua Tupã mandou entregá-lo