Não sou perfeito Estou ainda sendo feito E por ter muito defeito Vivo em constante construção Sou raro efeito Não sou causa e a respeito Da raiz que me fez fruto Desfruto a divina condição Em noites de céu apagado Desenhos as estrelas no chão Em noites de céu estrelado Eu pego as estrelas com a mão E quando a agonia cruza a estrada Eu peço pra Deus me dar sua mão Sou seresteiro Sou poeta, sou romeiro Com palavra, amor primeiro Vou rabiscando o coração Vou pela rua Minha alma as vezes nua De joelhos peço ao tempo A ponta do seu cobertor Vou pelo mundo Cruzo estradas, num segundo Mundo imenso, vasto e fundo Todo alojado em meu olhar Sou retirante Sou ao rio semelhante Se me barram, aprofundo Depois vou buscar outro lugar