Me pediram que eu cantasse Com sentimento e com calma Cantasse com toda alma Versos que o vento levasse Que a bordona perguntasse E que a prima respondesse Pra quando o verso nascesse A chinoca mais querida Exclamasse comovida Não há cantor como esse! Depois, ao sabor do vento E ao som da milonga mansa Fosse desatando a trança No lombo do pensamento E rumbeando o firmamento Lá onde a boieira flutua Junto a lindaça xirúa Deusa de mil universos Erguesse um rancho de versos Num descampado da lua E pra sempre aquerenciados Fazendo parte um do outro Este domador de potros E a deusa dos descampados No aberto, sem alambrados Acima da atmosfera No rancho da estratosfera Em místicos estribilhos Deixassem de herança aos filhos Um canto de primavera