O destino caborteiro me bandeou pra outro pago Que não tem o mesmo afago do rincão onde nasci Não se ouve o bem-te-vi cantar ao clarear do dia Nem se escuta a melodia da canção da juriti Não vejo mais campo aberto onde existe gado alçado Só vejo touro aperreado que nem dá para laçar É duro de se aguentar os sofrenaços da vida Quando a saudade atrevida começa a nos castigar Assim vou curtindo as penas que me trouxe o desengano Como matungo orelhano, sem dono, sem parador Morando no corredor atropelado da sorte Vagando de sul a norte como um duende sofredor E quando chega a tardinha que o Sol descamba ao passito Eu solitário e contrito sinto uma grande emoção E no peito o coração corcoveia diferente Ao relembrar tristemente o meu crioulo rincão Mas peço a Deus que me mande novamente à minha querência Que ao findar minha existência seja meu último abrigo Um palmo de chão amigo para que eu possa escutar O quero-quero gritar ao lado do meu jazigo