Tranqueia firme o eu zaino requeimado Contrabandeado lá das bandas do Alvear De perto largo, delgado e de bom porte Da tropilha era o mais forte que tirei pro meu andar Nos arreios até parece que me embalo No lombo deste cavalo que é da minha estimação Comigo ele traqueia com arrojo Parecendo que tem nojo de botar as patas no chão Se relincha todo campo se alvorota O sinuelo vai a grota , o boi da canga se desata A tropa inteira se esparrama no rodeio A eguada morde o freio e o alçado bate pata Impõe respeito meu zaino requeimado Por estar acostumado a fazer mais do que isso Bufando ele sai da estrebaria Pra passar o resto do dia no mais rude do serviço O macanudo conhece meu pensamento Quando sai no trote lento no rumo do meu cambicho Meu pingo vai fogoso se blandeando E depois fica escarceando bem na porta do bolicho Este cavalo pra mim vale um tesouro Muito mais que prata e ouro por que o zaino é meu amigo Não vendo, não alugo, mas empresto Pra china que passar o resto da sua vida comigo