Na hora que o vento manso Cruzou levantando a geada Pegou-me apertando as garra Num zainão de minhas confiança Pé no Estribo, mão na trança Busco a volta e alço a perna Porque o serviço não merma No dia a dia da Estância Porque o serviço não merma No dia a dia da Estância Dou de rédea e a perrada De pronto vem pra um costado Um rabãozinho atirado E dois ovelheiros baios Meus parceiros de trabalho Que conhecem bem a volta Solito cá nessas grotas Vivem me quebrando o galho Solito cá nessas grotas Vivem me quebrando o galho Apeio e abro a porteira Lá do Plantel das polianga Manhanita que encaranga Quem anda desprevenido Mas que eu topo atrevido Por fronteiro de alma pampa Que pra frio não se aquebranta E nem se dá por vencido Que pra frio não se aquebranta E nem se dá por vencido Num bocó, cano de bota Vem sempre vá que precise Um frasco de lepecide Pra curar algum abichado E sigo assim tranco largo Dia sim, outro também Pois essa é a vida de quem Arrepara ovelha e gado Pois esta é a vida de quem Arrepara ovelha e gado Na cintura vem comigo Faca buena e bem afiada Pra alguma eventual coreada Ou pra cortar o que for Enfiadas no maneador Torques e chave de arame Que volta e meia um infame Me faz ser alambrado Que volta e meia um infame Me faz ser alambrador Ao longe um vulto branco chamou a minha atenção Era um cordeiro mamão, ferido, ainda com vida Com a carcaça mordida Sangue coloreando a lã Se eu não visse de manhã Por certo é conta perdida Se eu não visse de manhã Por certo é conta perdida Dia desses campereando Já tinha bombeado uns rastro Pelas pegada, é um cachaço Que anda rondando o pago Mas na bala ou cachorreado Sei que essa praga daninha Qualquer hora dobra a espinha Pra não fazer mais estrago Qualquer hora dobra a espinha Pra não fazer mais estrago Qualquer hora dobra a espinha Pra não fazer mais estrago