Logo que chega a crescente O oficial competente Vai se enchendo de alegria Ceva uma mate topetudo E espera os melenudos Pra afeitar a freguesia Num estilo bem vaqueano Vai recebendo os paisanos Na porta da barbearia O corte é sempre igual Pois, cabeça de bagual Não precisa de vaidade Usa o meia cabeleira Que agrada às estancieiras E as moças da cidade O Barbeiro Zé Trajano Dia a dia, ano a ano Se defende como pode Barbeando o Dr. Assis Cortou a ponta do nariz Pra emparelhar o bigode Barbearia de campanha Marca antiga e tradição O serviço é macanudo Ajeitando os tabacudo Para os bailes do rincão A navalha cortadeira Chega juntar varejeira De tanto sangue coalhado Aparando as costeletas Deu um taio na bochecha Do filho do delegado Por isso não se assustemo! É bom pra sair o veneno! Volte sempre, obrigado Vendo couro e vendo lã Fiado é só amanhã Assinado: A gerência A plaqueta no espelho Pendurada junto ao relho Agradece a preferência Nunca falta um guaipeca E um vadio lambendo seca Até a hora de fechar Depois de passar a vassoura Da uma afiada na tesoura Pra amanhã recomeçar