As pampas mugindo grosso Chamam as crias pra perto E a terneirada com fome Anda perdida, isso é certo São crias ainda do cedo E o capataz segue a regra Umbigo limpo e curado E capados na macega Se perdem num desatino Num serviço de mangueira Enquanto as vacas na volta Mugem, beirando a porteira As outras pampas esperam Engordam mais, pra, em seguida Lamberem a palha seca Da cria recém parida Hoje o ciclo faz a volta E a produção se renova Começa tudo bem cedo Desde um touro abrindo cova Depois se apartam em rodeios Onde o mais forte comanda E o tempo nos diz nas luas Que a natureza é quem manda Coisa bem linda de ver A terneirada em retoco Em direção da invernada Já querendo berrar grosso Disparam beirando o mato Quando passam na canhada Não fazem causo pros gritos Tampouco pra cachorrada São frutos da primavera Da serventia dos touros Tem sangue pampa nas veias E a cor do sangue no couro Caregam nossa certeza Que o campo terá valia Enquanto se ouvir de longe Uma vaca chamando a cria