Foi injustiçado, ficou no banco sentado Vendo seu time massacrado e humilhado Só por culpa da falha do Morgado Que tava no time só porque era delegado O dito cujo além de duro de cintura Tocava o horror dentro de uma viatura Numa jogada, vai não vai, fura não fura Caiu sentado numa entrada prematura E mesmo assim ficou em campo, descarado cara dura Mas justiça sempre vem, tarda, não falha O Sabará sacou da meia uma navalha E disse assim, senta no banco, seu canalha Você jogando de beque só atrapalha Eu como beque, sou um beque de respeito Não admito que ninguém bote defeito Bola cruzada controlo ela no peito Dou um sorriso e despacho com o pé direito Não me interessa se você é delegado ou se é prefeito! Maldita hora em que falou essa besteira Em dois minutos chegou uma tropa inteira Dando paulada da maneira costumeira Mandaram o pobre Sabará pra geladeira Naquela noite, ele foi interrogado Pois acabou por ofender o delegado Que era homem muito honesto e bem honrado Não estava ali a fim de ser desrespeitado Você é um sujeito cafajeste, desordeiro e malcriado! Por muitos anos, Sabará ficou na gruta Foi liberado por sua boa conduta E hoje em dia sua voz ninguém escuta Tirou o corpo e caiu fora da disputa E assim termina a história de um zagueiro Só porque ele resolveu não ser cordeiro Falou bem alto o que pensava o time inteiro Levou porrada, hoje em dia anda maneiro Ele, que nunca foi bandido, se tornou um cavalheiro É minha gente, a justiça tarda, mas não falha O Morgado achou que ia ser escalado na base da truculência Assim não, hem!