Este poncho miliqueiro, dormindo por sobre a anca Basteriado com as andanças, ungido a fogão tropeiro Desbotado o azulego, poncho véio do estado Anda lobuno, já pardo, dando pouso pra os aujeros Este poncho miliqueiro que entrego pra o bolicheiro De garoas e pampeiros tem de sobra pra contar Foi parte do pagamento por essas coisas da vida Já me serviu de guarida, hoje pra o guri estudar Esse poncho miliqueiro, lhe troco por material Um cadernito comum, desses sem o aspiral Anda escasso o peão mensual, tudo é na volta da changa Essa bombacha paysana me acolhera com a alpargata (Lápis de cor, uma borracha e um tubito de Tenaz) Com este poncho quanto mais material levo por ele? A mochila na parede, quanto falta pra eu levar? Peão de tropa, capataz, alambrador ou caseiro Peão pra cima dos arreios, peão por dia, tanto faz Este poncho miliqueiro que ganhei faz muito tempo Entrego seu Manoel Bento, em troca de material Lápis de cor, borracha, caderno sem aspiral Um tubito de Tenaz, mochila, umas alpargatas Era o que fazia falta Outro dia eu volto por mais! Um cadernito comum, desses sem o aspiral Anda escasso o peão mensual, tudo é na volta da changa Essa bombacha paysana me acolhera com a alpargata (Lápis de cor, uma borracha, e um tubito de Tenaz)