A saudade vem Mas pensa por bem Se um dia tiveres mal quem é que vai tar pra ti? Não devemos a ninguém Vou pensar em mim primeiro Porque ninguém pensa em nós se não pensarmos assim Eu lembro quando era criança A vida era tão mais bonita lá Tu nunca percas esperança na tua pessoa Que um dia a vida vai-nos lá levar Somos meninos da mamã E pra quem nunca teve nada o pensamento é ficar rico Agora mesmo que amanhã a vida nos leve embora Porque na nossa cabeça quem é nosso fica cá e vai ter tudo na vida Acredita tudo passa a ver se eu passo por cima Querem vir espetar a faca, ainda te pisam a ferida Se a vida é pra aprender eu quero tar perto de quem me ensina E então tu vira a página, tu vira a página, tu vira a página É, eu aprendi a vender lágrimas, a vender lágrimas E verbaliza, eu sei de cor O cérebro paralisa se canaliza a dor Eu pintei uma Mona Lisa numa brisa nossa Vi que a vida estabiliza ao ser uma vida nova Mas olha que a antiga vem-te pôr à prova Toda a gente chora e toda a a gente ri Pra muitos o que é muito é o pouco pra ti Ninguém dura pra sempre, dá valor se tás aqui Tudo tem princípio, meio e fim A saudade vem Mas pensa por bem Se um dia tiveres mal quem é que vai tar pra ti? Não devemos a ninguém Vou pensar em mim primeiro Porque ninguém pensa em nós se não pensarmos assim Eu tou aqui a estipular uma vida para mim No fundo sou bipolar e ouço que a guitarra chora Eu vou parar de especular, tou aqui a articular Eu sou peculiar e sei que muito não concorda que o país tá um buraco E o tempo a nós deixa-nos fracos, é um facto Eu não quero viver com o Diabo e agora tenho um pacto Cresci no meio da guerra é assim que somos ensinados Criados como animais à procura do capital Nós não somos iguais e nunca vai ser igual Aquilo que nós passamos e a verdade que nós levamos Só fazes parte dela na hora de ler o jornal E tu acredita eu tou (oh, oh) A viver num mundo à parte daquilo que eu já fiz parte Porque hoje eu não acredito Agora só se vê dinheiro, outrora só se via arte Tu não penses em calar-me, eu vou falar mais alto Os homens vão-te pôr na ponte à espera que tu dês o salto E tu, em ti quem não acredita és tu E o dono da minha verdade sou eu Que eu sei que muito já quebrou e sei o que me faz falta Não aguentas, dá um tiro no cornos e escreve uma carta Verbaliza, como nós há poucos Fome faz a raça Eu continuo com o meu produto na minha praça A saudade vem Mas pensa por bem Se um dia tiveres mal quem é que vai tar pra ti? Não devemos a ninguém Vou pensar em mim primeiro Porque ninguém pensa em nós se não pensarmos assim