Agô, Mangueira! É de verdade a nossa luta! Hoje, Kalungas não se escondem Mesmo profundas se escutam Almas dos irmãos sem sobrenome Findam a severa desventura Kavungo ê! Cafungê, Aluvaiá! Kaiango sopra o vento para o novo alumiar Kavungo ê! Cafungê, Aluvaiá! Renasce à flor da terra a Pequena África Eu não sou de raça, sou de etnia Ancestralidade, sabedoria Pra fechar a cicatriz: Resistência e comunhão Vou fincar os meus saberes neste chão O Malungo batuqueiro ô é da Estação Primeira! Tem moleque esperando o fubá da quituteira Lá na Casa de Angu ô, há muvuca, companheiro Pra beber uma cachaça e dançar neste terreiro Bate mais nesse tambor que a macumba abençoa Não apague minha cor, dá licença, por favor! Vou embora pra Gamboa Cheguei na Pedra do Sal com o meu terno de linho O funk e o carnaval passam pelo meu caminho Eu senti no coração ao descer a Providência Que bantuidade é arte e arte é sobrevivência! De Benguela à Conceição, o Bantu é preto forte Viva o cria da favela que não teme a própria morte! O Bakongo se completa e não é a despedida Assim como a Mangueira quando pisa na avenida!