A morte é traiçoeira Só nos pega de surpresa Mata quem tá na riqueza E quem tá na quebradeira Mata em terra brasileira E no estrangeiro também No momento que ela vem Causa grande tirania A morte não anuncia Sua chegada a ninguém Ela chega de repente E de repente a vida mata Por ser cruel e ingrata Todo dia mata gente Do gari ao presidente Todos dela são refém Mata quem vai e quem vem Quem esquenta e quem esfria A morte não anuncia Sua chegada a ninguém Na hora que ela aparece Ela mata quem deseja Por duro que o cabra seja Na volta dela amolece Ela não se compadece De adulto, jovem o neném Quando ela pega alguém Mata é no mesmo dia A morte não anuncia Sua chegada a ninguém Ela já matou milhões Que na cova estão morando E continua matando Gente em todas as nações Tira a vida de ricões Que vive uma vida bem E também a vida de quem Não tem nem uma moradia A morte não anuncia Sua chegada a ninguém Ela não tem preconceito Racial em vila ou gueto Ela mata o homem preto E o branco do mesmo jeito Mata de uma dor no peito Ou da batida dum trem Ela mata gente sem Sentir dó da agonia A morte não anuncia Sua chegada a ninguém Ela não manda recado Carta e nem telefonema Pra ela não tem problema Quando quer pegar um coitado Pega o rei coroado E as damas do seu harém Não adianta rem rem rem Nem grito e nem valentia A morte não anuncia Sua chegada a ninguém