Neste poema agora Eu vou falar a verdade Destacando em poesia A grande desigualdade Entre as coisas do sertão E as coisas da cidade No sertão a água é pura Cristalina e potável Na cidade a água é cheia De cloro e não é saudável A diferença entre as duas É sem duvida incalculável No sertão os alimentos São bons e são naturais Na cidade os alimentos São todos industriais A diferença entre os dois É enorme até demais No sertão o povo cria Porco, bode e galinha Já o povo da cidade Com a preguiça da murrinha Só consegue criar mesmo É piôi na cabecinha As mulheres do sertão Gostam de andar bem vestidas As mulheres da cidade Andam é quase, despidas As do mato são lembradas As da cidade esquecidas Lá no meu sertão os homens Não trai a esposa não Já os homens da cidade Iguais a cachorro são Deixam a mulher em casa E atrás de outras vão As crianças lá do mato Respeitam demais os pais As crianças da cidade São diferentes de mais Não chamam os pais de santos Mas chamam de satanás As moças lá do sertão Casam virgens e donzelas As da cidade só casam Quando cai nas esparrelas No dia do casamento Já batiza os filhos delas As festas lá do sertão São todas cheias de graças As da cidade são cheias De drogas e de cachaças As do mato findam em paz As da cidade em desgraças No sertão a gente escuta Os passarinhos cantando Na cidade só se escuta Carros e motos rocando E pessoas nas calçadas Umas das outras falando O povo lá do sertão Tem seus viveres tão belos Já o povo da cidade Tem seus viveres singelos São dois povos caminhando Em caminhos paralelos