Usando chapéu de palha E uma enxada na mão Agricultor no sertão Com muito esforço trabalha Mas nunca ganha medalha E nem troféu não senhor Só seu voto tem valor Para quem é candidato Chapéu de palha é retrato Do roceiro agricultor O agricultor sustenta Sua família de pão Dos frutos da sua mão Toda nação se alimenta Festa ele não frequenta Seja de que tipo for Enfrenta Sol e calor Mas não acha isso chato Chapéu de palha é retrato Do roceiro agricultor O agricultor da roça Vive na zona rural Nunca foi a um carnaval E nem pra isso se esforça Mora em uma palhoça Da qual ele é o feitor Ele come corredor De vaca e de boato Chapéu de palha é retrato Do roceiro agricultor Agricultor não conversa Nunca com um senador Prefeito governador E nisso não se interessa Não acredita em promessa De político enganador Tem o título de eleitor Pra eleger um ingrato Chapéu de palha é retrato Do roceiro agricultor Ele pesca com anzol Com tarrafa e galão Seu lugar é o sertão Seu relógio é o Sol Escuta no arrebol O passarinho cantor Possui um cão caçador Pra pegar peba no mato Chapéu de palha é retrato Do roceiro agricultor A música que ele escuta É forró e cantoria Para sentir alegria Na sua pesada luta Não aceita malconduta Circular no seu setor Nunca vai a um doutor Por ter um vigor intacto Chapéu de palha é retrato Do roceiro agricultor Não vai a mau ambiente Não procura meretriz Porque se sente feliz Com sua velha somente E quando fica doente Ou quando sente uma dor Prepara um lambedor Que um remédio barato Chapéu de palha é retrato Do roceiro agricultor O chapéu dele é feito De palha de carnauba E o vento não derruba Por ser um chapéu bem feito Nunca guarda no seu peito Nem ódio e nem rancor Tá sempre de bom humor Mas não dar bola a gaiato Chapéu de palha é retrato Dos roceiro agricultor Ele cria porque pode Galinha pato e guiné Um cachorro canindé Porco ovelha e bode Mantém grande o bigode Pra mostrar que é um senhor De moral e de pudor Forte honesto e pacato Chapéu de palha é retrato Do roceiro agricultor