Pelas ruas da cidade E também na redondeza Eu estou todos os dias Trabalhando com firmeza Vendendo belos meiões Para as pernas da mesa Trabalhar é uma beleza Por isso eu não paro não Todos os dias eu saio Cheio de disposição Com um balaio na cabeça Vendendo ovo de avião Atenção muito atenção Você que tem loja, sim Se tem manequim na loja Então procure a mim Que tô vendendo um remédio Que dá vida a manequim O violeiro é sim Um artista que consola E eu aviso aos violeiros Mas sem querer ser gabola Estou vendendo pulseira Para o braço da viola Nunca fui nem sou gabola Na minha profissão bela Mas a quem for cozinheira Deixo um aviso pra ela Que estou vendendo calcinha Para fundo de panela Vender coisa boa e bela Sempre foi minha virtude E agora eu tomei Uma bela atitude Vender quadros de parede Pra parede de açude Eu sempre fiz o que pude Para vender coisas tantas E agora com a minha Esposa Josefa Dantas Estamos vendendo sandálias Pra botar nos pés das plantas Ações bonitas e santas Eu prático até demais Estou vendendo um xarope E esse xarope faz Defunto se levantar Da cova e não morrer mais Estou ganhando reais No meio da populaça Vendendo cordão de ouro Baratinho, quase de graça Para botar no pescoço De estátua de praça Você que se chama Graça Joana, Rita ou Conceição Seu fogão tem duas bocas Ou é quatro bocas? Então Eu estou vendendo dentes Para boca de fogão Eu vendo um bocadão De coisas sem ter segredos E aviso aos gestores Que me procurem sem medos Pra ruas de duas mãos Eu estou vendendo dedos Pra vender não tenho medos E nem também sinto pânico Fui buscar umas bananas Lá num país oceânico E essas bananas são Pra macaco de mecânico De um vendedor britânico Eu comprei em um só dia Dez mil quilos de de ração E vou vender na freguesia E essa ração é somente Pra gato de energia