Atenção, muito atenção Senhor e também senhora Nesse poema que canto Com a viola sonora O que mas me entristece Eu vou relatar agora Eu fico triste ao ver Quando um mendigo chora Dizendo mamãe morreu E o meu pai foi embora E eu vivo pelas ruas Mendigando toda hora Para o pobre do mendigo A vida nunca melhora Todos os dias a sua Situação só piora Quem tá no poder vê isso Mas não liga, só ignora O mendigo coitadinho Sente uma dor caipora Sofre mais do que um jegue Andando de mundo à fora Com seu dono lhe batendo E rasgando de espora Por não possuir um lar É na rua que ele mora Quando sente fome pede E quando sente dor chora E quando sente cansaço Numa esquina se escora Ao pobre do mendigo Ninguém no mundo adora Tem gente que odeia ele Com um ódio que se estetora E quando o vê de longe Fecha a porta sem demora Na vida dele somente A fome é quem vigora Quando vê outro mendigo De medo se apavora Dizendo ele vem tomar Minha esmola agora O mendigo anda muito Quando cansa se acocora Anda todo esmulambada Com lombo todo de fora E pra ele ter um calçado Ninguém nunca colabora No coração do mendigo A tristeza se incorpora É desprezado de filhos De mulher de genro e nora É odiado igual piolho Que alguém na unha estora Solidão, carência e pranto Na vida dele aflora Quando vê pessoa rica Uma ajuda implora Pra sanar sua carência O rico não corrobora O mendigo mendigando Leva a vida na tora Com ele ninguém se casa Com ele ninguém namora É como ovelha perdida Que pastor nenhum pastora