Eu vou dizer pra vocês Uma coisa curta e certa Cara feia não me assombra Valentia não me aperta Ponta de faca eu quebro E bala não me acerta Por mais que o cabra seja Valentão e bem armado Na minha volta ele fica Bem frouxinho e desarmado Quem pensa que me amedronta É quem sai amedrontado Na hora que eu nasci Papai estava do lado Olhou pra mamãe e disse Esse nosso filho amado Vai ser sem sombra de dúvida Um cabra muito arrochado Eu não temo um batalhão De homem forte e potente Pego quem vem por detrás Seguro quem vem de frente Bala eu pego com a mão Faca eu quebro no dente Ai daquele ou daquela Que vier me enfrentar Pode até chegar sorrindo Mas sai correndo a chorar Que eu nasci para bater Só não nasci pra apanhar Cabra metido e galo Não briga na minha rinha Se chegar no meu terreiro Testando a coragem minha Chega virado num galo Volta virado em galinha Eu dou em quem eu quiser E em mim ninguém não dá Quem quiser saber quem sou Venha pro lado de cá Pra saber que igual a mim Não nasceu nem nascerá O sujeito que me enfrenta Comete uma besteira Se for quente como fogo Vira uma geladeira Se for duro igual ferro Fica mole como cêra Cantador que me enfrenta Fica nervoso e aflito Se for um poeta grande Na fama e no gabarito Na minha frente ele fica Pequeno Igual um mosquito Poeta que enfrentar Se acaba na chibata Se for bom fica ruim Como chinica de gata Se for forte fica fraco Igual caldo de batata Para poeta pequeno Eu sou ardente igual molho De pimenta malagueta Quando cai dentro do olho E eu mato ele na unha Como quem mata piolho Eu digo sempre a tu Que pensas que me apertas Quem me enfrenta cantando Faz logo umas descobertas Que as minhas declarações São sempre curtas e certas