Caro amigo leitor Me escute com prazer Que do cabra cachaceiro Eu agora vou dizer As desculpas que ele usa Pra não deixar de beber Cachaceiro diz as vezes Eu penso até em parar De beber cachaça, mas Lembro que o dono do bar Também tem uma família Para ele sustentar O pinguço diz cachaça Não é uma maravilha Mas se eu parar de beber Vai acontecer quizila Como é que o dono do bar Vai sustentar a família? Se seu filho diz papai Deixe de cana tomar Ele responde meu filho Se a cachaça eu deixar Como é que os donos de bares Vão suas contas pagar Se o neto diz vovô Abandone a bebedeira Ele diz se eu deixar A cachaça verdadeira O dono do bar não ganha O dinheirinho da feira Se alguém diz tu vai morrer Se continuar no porre Ele responde e diz Da morte ninguém socorre Que quem bebe está morrendo E quem não bebe também morre Se sua mãe aconselha Ele deixar de beber O cachaceiro responde Por essa forma a dizer Os fabricantes de cana Também precisam vender Quando um amigo lhe diz Não beba para o seu bem Ele diz eu bebo uma Bebo duas, bebo cem Se eu bebo com meu dinheiro Né da conta de ninguém Ele inda diz debochando Balançando a cabecinha Se não for beber cachaça No bar da rua vizinha Eu vou perder porque outro Vai lá e bebe a minha O pai diz deixe a cachaça Filho meu conselho tome Ele diz se eu deixar O dono do bar não come Vai ter que fechar o bar E matar mulher de fome Se alguém disser a cirrose Vai te matar brevemente Ele abre a boca e diz Com raiva trincando o dente Com cirrose ou sem cirrose E vou morrer certamente Aqui termino o poema Que escrevi sem sacrifício Destacando pra vocês Em poesia, meu ofício As desculpas que o pinguço Usa pra manter o vício