Fico triste quando vejo Uma criança que chora Porque sua mãe morreu E o seu pai foi embora E ela vive nas ruas Mendigando toda hora Do menor abandonado A vida nunca melhora Todos os dias a sua Situação só piora Quem tá no poder vê isso Mas nem ligam, ignora O menor abandonado Sente uma dor caipora Sofre mais do que um jegue Andando de mundo à fora Com seu dono lhe batendo E rasgando de espora Por não possuir um lar É na rua que ele mora Quando sente fome pede E quando sente dor chora E quando sente cansaço Numa esquina se escora Ao menor abandonado Ninguém no mundo adora Tem gente que o odeia Com um ódio de vibora E quando o vê de longe Fecha a porta sem demora Na vida dele somente A fome é quem vigora Quando vê outro mendigo De medo se apavora Dizendo ele vem tomar Minha esmola agora O menor abandonado Quando cansa se acocora Anda todo esmulambada Com lombo todo de fora E pra ele ter um calçado Ninguém nunca colabora No menor abandonado A tristeza se incorpora Se alguém com pena dele Dá uma bola sem demora Outro chega com uma faca Pega a bola e estoura Solidão, carência e pranto Na vida dele aflora Quando vê pessoa rica Uma ajuda implora Pra sanar sua carência O rico não corrobora