Admiro os animais Feitos pela natureza Sem conjunto musical Canta bonito a burguesa Sem ter bateria boa Pirilampo a noite voa Com a sua luz acesa Sem concorrente o gato Tem bastante ligeireza Pra correr e pra pular Ele tem muita destreza E para pegar o rato O danadinho do gato Usa muita esperteza Sem ter pernas e nem braços A cobra é com certeza Um animal que precisa De muito jeito e braveza Precisa se alimentar E para a presa matar Usa o veneno na presa Urubu é um animal Que não usa malvadeza Come o que acha morto Sem nojo da impureza Comendo coisa nojenta É que ele se alimenta E faz na terra limpeza Cururu é muito feio Ele não tem boniteza Mas estando no quintal Trabalha e nossa defesa Come os mosquitos que traz Doenças ruins demais Para nossa redondeza O macaco como a gente Não demostra gentileza Pra pegar o que é alheio Ele tem muita afoiteza E aqui no nosso país Tem muita gente que diz Que ele é rei da safadeza O galo canta bonito Sua voz é bem coesa O pavão não canta nada Sua voz causa tristeza Os pés é muito esquisito Mas o seu corpo é bonito Por ter nas penas beleza O leão mata a vítima Com covardia e frieza O búfalo enfrenta a ele Sem ter nem uma moleza Caranguejo anda de banda E o bicho preguiça anda De vagar e sem firmeza O elefante é pesado Seu corpo não tem leveza O morcego enxerga bem Com perfeição e clareza O sapo vive na lama Mas ele nunca reclama Por ter uma esposa obesa Burro não tem simpatia É grosseiro e tem rudeza Sem trator, o peba cava Buraco com profundeza Papagaio sabe falar E a baleia tem o mar Como sua fortaleza Abelha fabrica mel Sem precisar duma empresa A aranha tece a teia Com muito jeito e fineza Ticaca fede demais Mas nunca andou atrás De uma colônia francesa O touro usa os chifres Para a sua defesa Cachorro ao mesmo tempo Faz três coisas com grandeza Late, fareja e corre E quando seu dono morre Ele late é de tristeza E eu digo sem manobras Que os animais são obras Da divina natureza