Pulso de chumbo, respiração de cal Minha voz parte a fé como punhal Se há um Deus aqui, é o silêncio E o silêncio não responde Altares erguem espelhos rachados Ajoelho diante as sombras Quem trocou perdão por moedas? Quem assinou o medo com sangue? Se deuses mentem como homens Por que a coroa vale mais que a carne? Quem vende eternidade em parcelas? Quem precifica o medo da morte? Sem coroa, sem altar Eu respiro o mundo sem mestre Sem promessa sem lugar Queimo o manto que me vestem Se o céu é comércio de dor Eu rompo o contrato com os dentes Sem coroa, sem altar Chamam destino o que não domam Chamam milagre o que não compreendem Se houver dor após o último sopro A chave é minha, a luz eu extingo Sem coroa sem altar Eu respiro o mundo sem mestre Sem promessa sem lugar Queimo o manto que me vestem Se o céu é comércio de dor Eu rompo o contrato com os dentes Sem coroa sem altar Arranquem o ouro da língua dos santos Limpem o sangue na barra do manto Arranquem o ouro da língua dos santos Limpem o sangue Eu não devo nada ao céu Crenças sem respostas Não esperarei o julgamento Que irá cair sobre mim, enfim Para a minha redenção maculada Nullos esse deos Vita secundum naturam Eu não devo nada ao céu Eu não devo nada ao céu