Cabra aluado, arretado, cansou de ver Sua maninha sem ter nada pra comer Cabra da peste saiu todo abestado Caxirenguengue na baia, vara e léguas pra correr Saiu calado, nem mainha avisou Nem seu badoque carregou pra carrapateira atirar Se bicho onça aparecer, nada vai poder fazer E comida o caçador vai se tornar Num pé-de-pau no Velho Chico foi sentar Virado no mói de coentro traíra ele foi pescar Mas numa paia o traquino se atirou e Nenhum peixe ele pegou pra sua família alimentar Diabeísso nego! Caboclo D’água não perdoa não Marcou bobeira, sua canoa vai virar Nem cabra macho sobrevive e lá no fundo vai parar Disgramado não aguentava mais Só respirava água e pesado ele afundou Aperriado, exaurido, viu a luz se apagar mas Canoeiro avechado resolveu parar e parou E parou! Sai pra lá Caboclo D’água bexiguento! Oxente! Tu não se afresque não! Tome seu fumo, presepeiro! Tome Carranca! Vê se! Se arrede! Brocoió eu vou salvar (e salvou)! E Salvou! Diabeísso nego! Caboclo D’água não perdoa não Marcou bobeira, sua canoa vai virar Nem cabra macho sobrevive e lá no fundo vai parar