Aqueles que pensam parar no ar Feito morcego ou beija-flor São os que sofrem por amar São os perdidos de amor Mas o abraço nem sobeja em carícias Igual pólipos carentes em mar salgado Oh, quantas sílabas corpóreas preciso ainda Pra dizer-te a ti porquê o mundo treme Quando vemos juntos o poente? Aqueles que pensam parar no ar Feito morcego ou beija-flor São os que sofrem por amar São os perdidos de amor Mas há sofreguidão em gritos presos Das loucas almas dos abismos tão rasos Oh, devoram-se as almas em carne e desejo Pescoços e ombros, escravos das bocas e dos olhos Na tortura dos dias morrem os sonhos Mais centelhas loucas de um fogo que cresce Lumes vagam e vão, onde vão tuas carícias? Oh, quebra-me as flores, corta-me os vasos Me livra dos sustos, costura-me os pulsos Porquê teus, eram os meus ébrios passos Aqueles que pensam parar no ar Feito morcego ou beija-flor São os que sofrem por amar São os perdidos de amor