O relógio na parede marca a hora de parar Mas o ruído aqui de dentro não me deixa descansar Eu dobrei o meu joelho, fiz o sinal da cruz Mas será que estou contigo, ou só buscando a Tua luz? O mundo lá fora grita, exige a minha atenção E eu trago pro sacrário toda essa confusão Repito as mesmas frases, num roteiro decorado Mas meu peito, Pai querido, continua tão fechado Será que é oração ou apenas um monólogo meu? Onde eu peço, eu falo, eu cobro, esqueço quem é Deus Tenho medo do silêncio, pois ele me revela Quem eu sou quando não há ninguém olhando na janela Ensina-me a estar, apenas estar Sem pedir, sem correr, sem ter que explicar Que o meu silêncio seja o canto da minha alma Tocando a melodia que me traz a Tua calma Eu busco o pão da vida, eu quero a Ti Senhor Teu corpo e Teu sangue, o verdadeiro Amor Quantas vezes eu vim aqui só para barganhar? Trocar uma Ave-Maria por um fardo a carregar Mas o Amor não é comércio, o Amor é doação Perdoa se fiz do Teu altar um balcão O barulho diminui, a correria cessa Já não tenho mais urgência, já não tenho tanta pressa O Teu Espírito sopra, nesse cato santo Enxugando com a graça o resto do meu pranto Ensina-me a estar, apenas estar Sem pedir, sem correr, sem ter que explicar Que o meu silêncio seja o canto da minha alma Tocando a melodia que me traz a Tua calma Eu busco o pão da vida, eu quero a Ti Senhor Teu corpo e Teu sangue O verdadeiro O mais profundo Amor