Hoje o som se calou, a tela escureceu O que era festa e fulô, em silêncio se perdeu As palavras tão guardadas, o riso que não voltou É hora de ir embora, mesmo sem querer, eu vou Não ficou nenhum retrato que explique o coração Só lembrança em cada canto, feito canto de oração O vaqueiro que narrava, agora baixa a voz E o sertão chora baixinho, por ter ficado sem nós Adeus, meu chão, meu povo, meu mundo de ilusão Parto levando comigo só saudade e gratidão Se um dia alguém lembrar de tudo que eu já fui Que seja com lágrima doce E o peito doendo, depois Tantas fases, tantas lutas, tantos nomes que vesti Mas, no fundo, era o mesmo amor que me fazia seguir Cada história que contei, era um pedaço meu Agora fecho essa porta, e deixo o que me doeu Adeus, meu chão, meu povo, meu mundo de ilusão Parto levando comigo só saudade e gratidão Se um dia alguém lembrar de tudo que eu já fui Que seja com lágrima doce E o peito doendo, depois E se nunca mais voltar Foi por amor que eu calei O eco do que eu fui Vai viver onde pisei