Olho pro espelho, mas não vejo nada Só um vulto apagado na estrada Caminho sozinho, sem deixar pegadas Ninguém me ouviu, ninguém sentiu minha chegada Gritos presos dentro do peito Silêncio gritando no meio do medo Tento fugir, mas não tem saída Será que um dia eu fui bem-vindo à vida? Ninguém me viu, ninguém me ouviu Fui só um eco que nunca existiu No meio da noite, sou só um som Perdido no vento, gritando sem tom Quantas vezes eu tentei falar? Mas meu som se afoga no ar Me ensinaram a sempre sorrir Mas e se eu só quiser sumir? Talvez um dia alguém perceba Que eu estive aqui, que eu tive pena De mim mesmo, de quem sou Ou de quem eu nunca vou ser Ninguém me viu, ninguém me ouviu Fui só um eco que nunca existiu No meio da noite, sou só um som Perdido no vento, gritando sem tom Eu sigo passos que nunca dei Eu vejo rostos que nunca olhei E a escuridão me abraça forte Como se quisesse me esconder de vez Vozes sussurram dentro da mente Dizendo que sou só um acidente Mas ainda respiro, ainda insisto Talvez no fundo eu ainda existo Ninguém me viu, ninguém me ouviu Fui só um eco que nunca existiu No meio da noite, sou só um som Perdido no vento, gritando sem tom Se um dia alguém lembrar de mim Que seja pelo que eu deixei aqui Numa melodia, num verso escrito Talvez assim eu ainda existo Talvez assim eu ainda insisto