Um chamamezito floreado manso Brota da cordeona qual sopro de brisa Talvez correnteza que encontra o remanso Onde a fúria da água descansa e suaviza Depois ganha força qual um remolino Que beija a barranca e se vai rio afora Sem entender quando em seu destino É triste ao chegar e feliz indo embora Um chamamezito, alma dentro ecoa Sem fazer barulho com sua cadência Tem em seus respingos gotas de garoa Regando nuances florindo querências Tropilhas gavionas correndo libertas Abanando crinas por sobre os varzedos Retumbos de patas que a vida desperta Quando o coração vem pra ponta dos dedos Tropilhas gavionas correndo libertas Abanando crinas por sobre os varzedos Retumbos de patas que a vida desperta Quando o coração vem pra ponta dos dedos Um chamamezito requinta o bailado Da china mais linda que roda o vestido Coloreando a graça num riso pintado E avivando o fogo dos olhos prendidos Tem chispas de sol e clarões de lua Serenos da noite, do dia mormaços Feitiço de bruxas que cavalgam nuas Em potros alados no sem fim do espaço Um chamamezito, suspiros de ilheiras Resmungo de foles, sonido que atrai Cantigas de campo, que chamameceras Saltam na garupa de algum sapucai E quando a lida por fim desencilha Pra tomar um mate junto algum ranchito O mundo é mais mundo num rádio de pilha Que repassa a vida num chamamezito E quando a lida por fim desencilha Pra tomar um mate junto algum ranchito O mundo é mais mundo num rádio de pilha Que repassa a vida num chamamezito