Um dia depois do outro Encilhei meu Douradilho Que tinha no pelo brilho Da Lua que lhe vestia Depois cortei a sangria Do Sol que vinha de arrasto Pra beber luar no pasto Quando a manhã nem nascia Nunca mais eu fui o mesmo Querendo desencilhar Deixando de procurar Os meus destinos de andante Sei que nunca fui distante Por conhecer as fronteiras Se a vida que abre porteiras Fecha elas num instante Como entender o achego Que a moça me entregou Do lenço que ela atou E me alcançou indo embora Como saber nesta hora Que se assustou o meu pingo Que ela queria um domingo Inteiro sem ter demora Que ela queria um domingo Inteiro sem ter demora Cada vez que cruzo o passo De volta pro rancho dela Minha saudade atropela Feito boi brabo em rodeio Não sei de onde que veio Este querer desmedido Naquele lenço florido Com um bilhete no meio Ela dizia com letras De mil saudades escritas Palavras doces bonitas Pedindo pra eu não ir E eu não soube sentir Naquele simples regalo E cutuquei meu cavalo Pra novamente partir Mas lhe deixei sem pensar Meu coração sem recibo Naquele mate do estribo Um olhar que não engana Um bem querer de campeiro Que tenho bastante ainda E um não te assusta minha linda Que eu volto fim de semana E um não te assusta minha linda Que eu volto fim de semana