Ao sentir o pé no estribo, meu tordilho estremeceu; Meu coração fica aí, quem parte agora sou eu. Me alcança um mate de estribo, minha prenda, eu não demoro. A tropear me vou gritando, pra que não vejam que choro! Entre o campo e o céu azul, nas léguas de liberdade, Ficam rastros e carreiros, carregados de saudades... A pena que ando penando, mais dura não pode ser, Ter olhos para chorar, sem tê-los para te ver... Quando bem longe, minha prenda, vou te imaginar na aguada Sonhando sorver teus lábios, num beijo além dessa estrada. Pelos pousos e galpões, ficam ânsias mal dormidas, Segredadas ilusões, no tranco largo da vida. O preço da estrada longa é bem maior que a distância, Sofre comigo a milonga, querendo voltar pra estância.