Minha cidade toda se enfeitou Lalalaia, lalaia lalaia lalaia O que você pedir, eu lhe dou Seja você, quem for Seja o que Deus quiser Seja você, quem for Seja o que Deus quiser O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou Que ainda era moço pra sair do terraço E dançou A moça feia debruçou na janela Pensando que a banda tocava pra ela A marcha alegre se espalhou na avenida E insistiu A Lua cheia que vivia escondida surgiu Minha cidade toda se enfeitou Pra ver a banda passar cantando coisas de amor Pra ver a banda passar cantando coisas de amor Não chore ainda não Que eu tenho um violão E nós vamos cantar Felicidade aqui pode passar e ouvir E se ela for de samba há de querer ficar Seu padre toca o sino que é pra todo mundo saber Que a noite é criança, que o samba é menino Que a dor é tão velha que pode morrer Olê, olê, olê, olá Tem samba de sobra Quem sabe sambar Que entre na roda Que mostre o gingado Mas muito cuidado Não vale chorar Tem dias que a gente se sente Como quem partiu ou morreu A gente estancou de repente Ou foi o mundo então que cresceu A gente quer ter voz ativa No nosso destino mandar Mas eis que chega a roda-viva E carrega o destino pra lá Roda mundo, roda-gigante Rodamoinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração Roda mundo, roda-gigante Rodamoinho, roda pião O tempo rodou num instante Nas voltas do meu coração Amou daquela vez como se fosse máquina Beijou sua mulher como se fosse lógico Ergueu no patamar quatro paredes flácidas Sentou pra descansar como se fosse um pássaro E flutuou no ar como se fosse um príncipe E se acabou no chão feito um pacote bêbado Morreu na contramão atrapalhando o sábado Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir Por me deixar respirar, por me deixar existir Deus lhe pague Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir Pela fumaça, desgraça que a gente tem que tossir Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair Deus lhe pague