O nêgo tá, moiado de suó Trabáia, trabáia, nêgo! Trábaia, trabáia nêgo! As mãos do nêgo tá que é calo só Trabáia, trabáia nêgo! Trabáia, trabáia, nêgo! Ai! Meu sinhô, nêgo tá véio, Não agüenta! Essa terra tão dura, tão seca, poeirenta... Trabáia, trabáia nêgo! Trabáia, trabáia, nêgo! O nêgo pede licença prá falá Trabáia, trabáia, nêgo! Trabáia, trabáia, nêgo! Nêgo não pode mais trabaiá Quando o nêgo chegou por aqui Era mais vivo e ligeiro que o saci Varava estes rios, estas matas, estes campos sem fim Nêgo era moço, e a vida, um brinquedo prá mim Mas o tempo passou Essa terra secou ô ô A velhice chegou e o brinquedo quebrou Sinhô, nêgo véio tem pena De têr-se acabado! Sinhô, nêgo véio carrega Este corpo cansado Nêgo cantou! Ogum!