Anda balé! Está uma roda parada à falta de haver quem cante Mas agora cheguei eu, siga a roda, vá avante! Lá vem o homem dos nabos Com trezentos mil diabos Com o seu burrinho coxo Mas a moça que é brejeira Ainda lhe diz por brincadeira Se o seu nabo é roxo Ê menina! Lá debaixo do meu balcão Tenho um nabo bem taludo Para a panela da patroa Se ela for uma gaja boa Vai cabeça, rata e tudo Tudo certo! Aperta nos foles, Fernando Guerreiro! Semeei no meu quintal Uma semente de repolho Nasceu uma velha careca Com uma batata no olho Mas a velha muito velha De velha nem via nada Ainda ontem à noite às escuras Ainda deu uma gaitada Anda, Guida! Aperta com o Martins! Mas a velha com um mijado Três moinhos fez andar E à segunda mijadela Fez andar um barco à vela E com mais uma mijinha Fez andar uma lanchinha Mas a velha que lambeou Vá para o diabo que a carregue Com vergonha não mijou Devagar devagarinho Diz a velha ao velhinho Diz a burra ao burrinho Toda a moça que namora Sempre dá o seu beijinho Toda a velha quando mija Também dá o seu peidinho Olha o Valério! Olha que bem toca os ferrinhos! Ai que susto, Manuel Augusto Que é isso que tem a Luísa É um bicho cabeludo Que está debaixo da camisa Não me toques no umbigo Todo o corpo se atormenta Toca-me cá mais abaixo Na caixinha da ferramenta Para bailar o corridinho Não tem nada que saber São as moças a saltar E as maminhas a bater Palminhas, mãos ao ar Até o baile acabar! Certo, Fernando Silva!