Chego do fandango no clarear do dia
                                  
Lembrando da guria que eu deixei na estrada

Mas a mulher véia sempre tá na porta

Fica me esperando aquela desgraçada


Ela me mete a boca e o pau já pega
            
Me tapa de grito e manda embora

Pego o violão e a guampa de canha
               
Chamo o cusco véio e vou dormir lá fora


Sem vergonha, sem vergonha, sem vergonha eu sou
                              
Mas não posso, não consigo viver sem amor
                              
Sem vergonha, sem vergonha todo o homem é

Vê se te acostuma senão dou no pé


Saio do fandango com mais um namoro
                              
Pois sempre dou no couro e não erro o pulo

Pouco me importa se a patroa é braba

Me gusta a empreitada de pular o muro


Me criei pelos rodeios tocando cordeona

Trovando as querendonas, pegando as medonha

Se enroscar com a mulherada, este é o meu vício
                
Vou morrer no ofício de ser sem vergonha
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